No dia 7 de agosto de 2022, o mundo do jiu-jítsu e do esporte brasileiro parou. Nesse dia, um crime brutal tirou a vida de Leandro Lo, nosso oito vezes campeão mundial e ícone da arte suave. Em meio a um show no Clube Sírio, em São Paulo, um agressor o assassinou de forma covarde.
O ato violento provocou uma comoção imediata no Brasil e no exterior, mobilizando fãs, atletas e toda a comunidade esportiva. Desde então, a pergunta que ecoa é direta e incômoda: a justiça será feita ou a impunidade vai prevalecer?
Neste artigo, relembramos os fatos, acompanhamos os desdobramentos do caso e destacamos as datas decisivas que podem, finalmente, oferecer uma resposta à família, aos admiradores e a todos que acreditam na importância da verdade e da justiça.
Quem foi Leandro Lo
Leandro Lo é reconhecido como um dos maiores nomes do jiu-jítsu mundial: ele foi 8x campeão mundial, 3x campeão do ADCC e um ícone brasileiro no esporte.
Além disso, ele simbolizava os valores centrais da arte suave: disciplina, humildade e excelência técnica. Por isso, sua morte gerou impacto não apenas esportivo, mas emocional, deixando uma lacuna profunda para milhares de admiradores.
Se você deseja conhecer mais sobre o legado do jiu-jítsu no Brasil, veja também meu artigo sobre história da família Gracie.
Como aconteceu o crime
Na noite de 7 de agosto de 2022, Leandro Lo assistia a um show do Grupo Pixote no Clube Sírio, em São Paulo. De acordo com testemunhas, o policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, que estava à paisana e fora de serviço, iniciou uma provocação.
Diante da situação, Leandro reagiu de forma técnica: imobilizou o policial rapidamente, sem recorrer a violência excessiva. No entanto, após ser contido, Velozo retornou ao local armado e disparou à queima-roupa, atingindo a cabeça do atleta.
Logo em seguida, Leandro caiu desacordado. O agressor ainda o chutou antes de fugir. Horas depois, o campeão faleceu, e a notícia se espalhou pelo mundo, provocando indignação e multiplicando pedidos de justiça entre fãs, atletas e autoridades esportivas.
Desdobramentos do processo judicial
O caso seguiu por dois caminhos jurídicos: a Justiça Militar e a Justiça Comum. Assim, cada instância registrou marcos importantes ao longo do tempo.
Justiça Militar
Em abril de 2025, teve início um processo administrativo para avaliar a conduta do policial.
No dia 18 de junho de 2025, o Tribunal de Justiça Militar decidiu, por unanimidade, exonerar Henrique Velozo, classificando sua conduta como desonrosa e incompatível com a farda.
Apesar da decisão, o policial continuou recebendo salário, amparado por uma regra do STF que garante os vencimentos até que haja condenação criminal definitiva.
Fonte: UOL Notícias
Justiça Comum
- Para 22 e 23 de maio de 2025, estava marcado o júri popular do caso.
- Em 21 de maio: o julgamento foi suspenso por decisão liminar, após pedido da defesa alegando prejuízo à ampla defesa.
- Novo júri: reagendado para 5 e 6 de agosto de 2025, coincidindo com o terceiro aniversário da morte de Leandro.
Fonte: O Tempo
Linha do tempo do caso Leandro Lo
Justiça ou Impunidade?
O policial permanece preso preventivamente desde 2022. Ele foi exonerado da PM e agora aguarda julgamento por homicídio doloso triplamente qualificado. Portanto, o julgamento de agosto de 2025 será decisivo para o futuro do caso.
Se houver condenação, será um marco contra o abuso de poder, mas em caso de absolvição, reforçará o sentimento de impunidade e descrença na justiça.
Para o esporte, especialmente o Jiu Jitsu, o caso também levanta uma reflexão profunda sobre segurança, ética e responsabilidade social.
O que o caso representa para o jiu-jítsu e para o Brasil
O assassinato de Leandro Lo vai muito além de uma tragédia pessoal. Ele evidencia:
- O risco da violência armada e do abuso de autoridade;
- A fragilidade da segurança pública quando agentes falham em proteger;
- A necessidade de respostas rápidas e exemplares da Justiça.
Enquanto isso, nos tatames, o legado de Leandro continua vivo.
Assim, cada etapa do processo está sendo acompanhada de perto por familiares, amigos, fãs, atletas e toda a comunidade do jiu-jítsu que se une em busca de Justiça por Leandro Lo!
Três anos após o crime, o Brasil e todos nós ainda aguardamos uma resposta clara. Entre justiça e impunidade, está em jogo a memória de um campeão e a confiança da sociedade na lei.
O julgamento que acontece nos dias 5 e 6 de agosto de 2025 será um marco para a história do esporte e do país.
#JUSTIÇAporLeandroLo